sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Live em homenagem a Antônio Cícero

No próximo dia 23 às 16:hs à convite da minha amiga Renata Barcellos BarcellArtes estaremos nessa live em homenagem a memória de Antônio Cícero

https://www.youtube.com/live/ed5vFBpRtdQ?feature=shared



DIAMANTE 

O amor seria fogo ou ar

em movimento, chama ao vento;

e no entanto é tão duro amar

este amor que o seu elemento

deve ser terra: diamante,

já que dura e fura e tortura

e fica tanto mais brilhante

quanto mais se atrita, e fulgura,

ao que parece, para sempre:

e às vezes volta a ser carvão

a rutilar incandescente

onde é mais funda a escuridão;

e volta indecente esplendor

e loucura e tesão e dor.


Guardar:

“Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.

Em cofre não / se guarda coisa alguma. Em cofre perde-se a coisa à vista. / Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto / é, iluminá-la ou ser por ela iluminado. / Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por ela, isto é, / velar por ela, isto é, estar acordado por ela, isto é, estar por ela / ou ser por ela. / Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro / Do que pássaros sem voos. / Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica, por isso se / declara e declama um poema: / Para guardá-lo: / Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda: / Guarde o que quer que guarda um poema: / Por isso o lance do poema: / Por guardar-se o que se quer guardar.”

 

“O FIM DA VIDA

 

Conhece da humana lida

a sorte:

O único fim da vida

é a morte

e não há, depois da morte,

mais nada.

Eis o que torna esta vida

sagrada:

Ela é tudo e o resto, nada.”

 

Antônio Cícero

 

INVERNO

Antônio Cícero musicado e gravado por Adriana Calcanhoto

 

No dia em que fui mais feliz

Eu vi um avião

Se espelhar no seu olhar até sumir

De lá pra cá não sei

Caminho ao longo do canal

Faço longas cartas pra ninguém

E o inverno no Leblon é quase glacial

Há algo que jamais se esclareceu

Onde foi exatamente que larguei

Naquele dia mesmo

O leão que sempre cavalguei

Lá mesmo esqueci que o destino

Sempre me quis só

no deserto sem saudade, sem remorso só

Sem amarras, barco embriagado ao mar

Não sei o que em mim

Só quer me lembrar

Que um dia o céu

reuniu-se à terra um instante por nós dois

pouco antes do ocidente se assombrar.


Antônio Cícero

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nos meus delírios baudeléricos

mesmo se fossem baudelíricos

sonho teu corpo flor de cactos

como se fossem flor de lírios

 

Artur Gomes

para Irina Serafina 

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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e ela vai pintando

 o homem com a flor na boca

 com seus pincéis de aquarela

 poema que só é possível

pelas lentes dos olhos dela

 

Artur Gomes

poema do livro

O Homem Com A Flor Na Boca

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*

         Metáfora Fulinaímica

 

uma garça apática e pensativa procura alimento no Manguezal em Guaxindiba. Mas caranguejo não há. Está difícil está tudo muito difícil está cada vez mais difícil está muito mais difícil como diria meu amigo grande poeta português Fernando Aguiar: está dificilíssimo!

 

                              Federico Baudelaire


          MOENDA

 

usina

mói a cana

o caldo e o bagaço

 

usina

mói o braço

a carne o osso

 

usina

mói o sangue

a fruta e o caroço

 

tritura suga torce

dos pés até o pescoço

 

e do alto da casa grande

os donos do engenho controlam

:

o saldo e o lucro

 

Artur Gomes

dos livros - Suor & Cio - 1985

e Pátria A(r)mada - Editora Desconcertos – 2019 – Prêmio Oswald de Andrade – UBE-Rio 2020 – 2ª Edição – 2022

Fulinaíma MultiProjetos

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22 99815-1268 – zap

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                              metáfora

 

meta dentro meta fora

que a meta desse trem agora

 é seta nesse tempo duro

meta palavra reta

 para abrir qualquer trincheira

na carne seca do futuro

meta dentro dessa meta

a chama da lamparina

com facho de fogo na retina

 pra clarear o fosso escuro

 

Artur Gomes

Poema do livro Pátria A(r)mada

Prêmio Oswald de Andrade – UBE-Rio- 2020 - Desconcertos Editora –

2ª Edição 2022

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Artur Gomes – FULINAIMAGENS

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quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Hoje é dia dela

Hoje É Dia Dela

 

Hoje é dia dela Alice Melo Monteiro Gomes, 14 anos, minha pop star, o motivo e o porque  desde 2011 vir morar em São Francisco de Itabapoana-RJ,  e me integrar a família Melo Monteiro. Quando Alice nasceu meus outros filhos Flora Barbosa Buchaul Gomes tinha 27 anos e Filipe Barbosa Buchaul Gomes, (Fil Buc), tinha 26,  claro que ela é filha de outra mãe. Minha paixão, minha dor de cabeça, minha preocupação com o seu futuro, mas acima de tudo, o meu prazer de ser, o pai e minha gratidão a Ingrid Melo Monteiro, a companheira, mulher que me ama e me acompanha  a 19 anos.

E em termos de relacionamento duradouro, esse é o meu record

* 

Alice
para Alice Melo Monteiro Gomes

A música está no bico dos pássaros
na pétala da lamparina
no caracol dos teus cabelos
no movimento dos músculos
no m das tuas mãos

nada mais sagrado
do que teus olhos acesos
para me iluminar na escuridão

Artur Gomes
do livro O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux - 2020

 

Artur Gomes

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Campos VeraCidade

Projeto Sinasefe If Fluminense

Projeto de transformação social através do fomento   a leitura com ações focadas em Arte e Cultura

Um olhar sobre a cidade: no que foi – no que é – e o que pode ser

Atividades

1 – Oficina

leitura – poesia falada – teatro – produção audiovisual

objetivo: levar o participante a ler e se expressar através da escrita, da oralidade, da visualidade e da interpretação cênica

2 – Rodas de Conversa

Abordagens de  temas afins a Educação, Arte, Cultura e Vida Humana no sentido geral.

3 – Sarau Balbúrdia Poética

música teatro poesia

Um grito de alerta contra o fascismo, racismo, e todo e qualquer tipo de violência praticado contra um ser humano.

 

Artur Gomes

Quem é?


É poeta. ator. produtor cultural e vídeo maker. Em 2023, criou o projeto Campos Veracidade  para a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima onde atualmente atua na coordenação cultural em Campos dos Goytacazes-RJ.

Livros Publicados: Um Instante No Meu Cérebro(1973), Mutações Em Pré-Juízo(1975), Além Da Mesa Posta(1977), Jesus Cristo Cortador de Cana(1979), Boi-Pintadinho(1980-1981), Suor & Cio(1985), Couro Cru & Carne Viva(1987), 20 Poemas Com Gosto de JardiNÓpolis & Uma Canção Com Sabor De Campos(1990), Conkretude Versus ConkrEreções(1994), BraziLírica Pereira : A Traição das Metáforas(2000),  SagaraNAens Fulinaímicas(2015), Juras Secretas(2018), Pátria A(r)mada(2019), O Poeta Enquanto Coisa(2020), Pátria A(r)mada, 2ª Edição revista e ampliada(2022), O Homem Com A Flor Na Boca(2023).

De 1975 a 2002 coor­denou a Oficina de Artes Cênicas da ETFC – CEFET-Campos – no IFF Instituto Federal Fluminense. Em 1993, criou o proje­to Mostra Visual de Poesia Brasileira, Mário de Andrade – 100 Anos, realizado pelo SESC-SP. Em 1995, criou o projeto Reta­lhos Imortais do SerAfim – Oswald de Andrade Nada Sabia de Mim – realizado pelo SESC-SP. De 1996 a 2016, coordenou o Departamento de Audiovisual do Proyecto Sur Brasil – Bento Gonçalves-RS – realizando Mostras Cine.Vídeo na programa­ção do Congressso Brasileiro de Poesia. Em 1999,  criou o FestCampos de Poesia Falada, projeto que é realizado até hoje pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima. De 2014 a 2016, dirigiu Curso de Artes Cênicas no SESC – Campos. Em 2018 e 2019, o autor lecionou no Curso Livre de Tetro da Fun­dação Cultural Jornalista Oswaldo Lima. Em 2018, participou como convidado do I Festival Transepoéticas no Museu Naa­cional de Brasília-DF. Em 2021, Curador do 1º Festival Cine Vídeo de Poesia Falada que é realizado na página Studio Fuli­naíma Produção Audiovisual no Facebook*.

Em 2019 criou o projeto Balbúrdia Poética, com duas edições realizadas na Taberna de Laura, em Copacabana – Rio de Janeiro, com a participação de  diversos poetas convidados.

Em 2022, integrou a Mostra Bossa Criativa, Arte de Toda Gente, realizada pela FUNARTE-Rio. Foi também curador da Mostra Cine e Ví­deo de Poesia Falada realizada pelo SESC Piracicaba. Realizou 7 edições do projeto Geleia Geral – Semana de 22 – 100 Anos Depois, na Santa Paciência Casa Criativa em Campos dos Goytacazes-RJ. Em 2023 realizou 8 edições do Sarau Multilinguagens no Museu Histórico de Campos, no Teatro de Bolso, no Jardim do Liceu e no Palácio da Cultura em Campos dos Goytacazes-RJ.

Em 2024  em parceria com Tchello  d`Barros e Luis Turiba realizou  a Balbúrdia Poética 3 – Torquato Leminski a + de 80 a ser realizada no dia 24 de Abril no Bar do Ernesto – Lapa – Rio de Janeiro.

No dia 3 de outubro de 2024 foi eleito para a Academia Campista de Letras.

 

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O Homem Com A Flor Na Boca

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quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Campos VeraCidade - Sarau Cultural

Campos VeraCidade

          Sarau Cultural

Dia 22 – 19h

Local: Sinasefe IF Fluminense

Rua Álvaro Tâmega, 132

Campos  dos Goytacazes-RJ

 

Dor elegante

 

Um homem com uma dor

É muito mais elegante

Caminha assim de lado

Com se chegando atrasado

Chegasse mais adiante

Carrega o peso da dor

Como se portasse medalhas

Uma coroa, um milhão de dólares

Ou coisa que os valha

Ópios, édens, analgésicos

Não me toquem nesse dor

Ela é tudo o que me sobra

Sofrer vai ser a minha última obra

 

                            Paulo Leminski

 

Produção & Direção:

Artur Gomes

Fulinaíma MultiProjetos

contato: fulinaima@gmail.com

22 – 99815-1268 – zap

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cidade veracidade

                 campos 189

 

transverso atravesso esta cidade

que me atravessa em seu silêncio

ouço o gemido dos teus ecos

por ruas avenidas e vielas

sinto saudade dos terreiros de jongo

nas favelas  e as lavadeiras

das pinturas aquarelas

em teus aceiros  fiz meus trilhos

em cada  trilha dos meus traços

no encontro ao ururau no cais da lapa

teu por do sol pode ser beijo

ou também tapa

quando olho a catedral  e seu contorno

seres famintos alimentando o desalento

me solto ao vento quando penso o infinito

beijo teu rio

o paraíba que me leva

em teu lamento

me concentro em minha reza

 

Artur Gomes

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segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Balbúrdia Poética 4

 

cracatoa

para Tanussi Cardoso

 

esse poema

 é um trato com a palavra

sem existencialismo

cansei dos ismos pós concreto

cansei o tempo não é reto

esse poema

é um trato com a palavra

sem objeto direto ou indireto

sbstantivo abstrato 

cansei o tempo é o batom
de margareth em meu retrato

 

Artur Gomes

do livro Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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Você pensa que conhece a obra poética de Artur Gomes será que será o SerAfim? Simone Bacelar foi quem disse: se você ainda não leu alguma  coisa do Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim ou ainda não conhece os Retalhos Imortais do SerAfim, você não sabe nada de mim

Quem foi que criou fulinaíma?

Quem foi que criou Sagaranagens

Quem foi que criou a Mocidade Independdente de Padre Olivácio – A Escola de Samba Oculta no Inconsciente Coletivo?

Quem foi que criou a Igreja Universal do Reino de Zeus?


Todos os desejos são delas mas todos os pecados são meus 


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             Balbúrdia Poética 4

Em 2023 fui homenageado no Sarau Gente de Palavra pilotado pelos dois grandes amigos César Augusto de Carvalho e Rubens Jardim. Agora nos juntamos ao grupo Gente de Palavra e ao coletivo Rubens Jardim para realizarmos a Balbúrdia Poética 4, em homenagem a memória de Rubens Jardim e Luis Mendes.

 

conversa de encruzilhada

 

nos búzios sobre a mesa

vejo suas fotografias

tantas vezes

reli teus livros

dói no peito

tanta saudade

Xangô me disse

quem nasce da pedra não morre

vocês estão vivos

para sempre na lavra : eternidade

Dia 3 dezembro 19h

Patuscada – Rua Luis Murat, 40, São Paulo-SP, Brasil

 

Curadoria: Artur Gomes

e César Augusto de Carvalho

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sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

não tente me apagar

nem me esquecer

tenho memória de elefante

você vai enlouquecer

nessa terra de gigantes

da imperial tropicanalha

 entre a cruz e a espada

a faca e a carnanavalha

não me desligo um instante

        do que possa acontecer

 

Artur Kabrunco

In Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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eu nasci na cacomanga – confesso

 

nasci fedderico DuBoi de Baudelaire

da caneta de um poeta que não escrevia poema em linha reta muito mais torta enquanto curva nos aceiros dos canaviais da cacomanga aprendi que antes arte do que nunca só ela salva assim quando pessoa descobre que não vale nada a mais valia do estado que amassa a massa do proletariado que não teve a sorte de ser filha dos donos dos palácios pra mudar a dura sina de quem já nasce favelado

 

Federico Baudelaire

In Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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cica de caju com cajarana cajuína não tem gosto de cajá como me.disse catarina ouvi raul tocar jobim em teresina numa mesa do mercado era casulo no caos até que música inaugurou a coisanova em caetano  com seu  hélio de torquato

 

EuGênio Mallarmè

In Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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o caramujo mordeu a língua de clara sangrou até o dedo grande do pé pedalava pela  vinte e oito quando vi o alvoroço frente o  circo portugal elétrico com seu teleférico eletrizante ponte para travessia caminho para o nada tenho agora imensidão de palavras enferrujadas procuro fórmula farmacêutica para uma palavra drummundanamente limpa além da sagaranagem delírio pouco é bobagem

 

Artur Gomes

In Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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tinha seca   

quando rachel

escreveu quinze

meus olhos doeram

nos olhos de quem doeu

conceição não entendeu

os olhos de vicente

cordolina de repente

abriu a cancela

o gado se  perdeu pro carrapato

chico bento se mandou pro amazonas

o quintal não me abandona

também nasci do  mato

cacomanga da tapera

a vida nunca  foi dada

a quem a vida inteira espera

 

Artur Gomes

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In Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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estava assim ankara  meio sorocaba meio araraquara perdido entre a turquia stella guanabara mário tinha febre quando inventou macunaíma numa semana não santa também tenho febre na garganta e me espanta o adiantado da hora

 

Artur Gomes 

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ainda que fosse só saudade ou essa jura secreta não fosse mais nada mesmo assim nessa madrugada pensei o quanto ainda queria e não fizemos a poesia ficou inacabada esperando outras palavras dentro do quarto antes que o sol pudesse romper a virgindade de portas e janelas para um novo dia

Artur Gomes
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Itabapoana Pedra Pássaro Poema

Poesia Alquimia Bruxaria

Artur Gomes e sua gang baudelérica

em breve primeira versão em e-book

 

ainda não disse que te amo mas não se assuste o beijo está guardado debaixo dos tecidos que cobrem o esqueleto à flor da pele na carne onde a palavra mora e a lavra aplaca qualquer ferida deixada por alguém que já foi embora

muitas coisas muitas vezes tão distantes me parecem tão presentes que o ausente evapora como éter eternamente simplesmente o rio escorrega por entre pedras e seixos e a vida segue o curso da corrente numa boa a pedra que rola sob o leito d´água muitas vezes voa

 

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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

com os dentes cravados na memória

Balbúrdia Poética 4

 Balbúrdia é uma coisa magnífica de prazer dia 3 de dezembro na Patuscada minha gang baudelérica se contra com você 

Preparem a garganta e vamos celebrar a memória desses dois grande amigos Rubens Jardim e Luis Mendes com muita poesia 

Gratidão Tchello d´Barros pela parceria de sempre

 
moinhos de vento


por tanto tempo
por tanta escrita
por tanta carta
sem respostas
nossos moinhos de vento
muito além da mesa posta

ainda trago em mim
tuas mãos
tuas coxas
tuas costas

a tua língua
entre os dentes
em ex-camas que não tivemos
em madrugadas expostas

e tua fome era tanta
em tudo o que não fizemos
nesse teu corpo de santa
naquele tempo de bestas
na caretice de bostas

Artur
Gomes

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Balbúrdia PoÉtica 5 

A Balbúrdia 1 e 2 foram realizadas na Taberna de Laura -  Copacabana – Rio de Janeiro. A Balbúrdia 3 foi realizada no Bistrô do Ernesto – Lapa – Rio de Janeiro – a Balbúrdia 4 será realizada na Patuscada – São Paulo – e a  Balbúrdia 5 – onde será?

São João Del Rey-MG, Campos dos Goytacazes-RJ?

 Tentem adivinhar.

 

Artur Gomes

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governantes de negócios

Aves de rapina
sobrevoam os céus
de Brazilírica
vender é o grande jogo
dos governantes de negócio
não é metáfora metafísica
figura de linguagem
e pura sacanagem
eles dão o golpe
na calada da noite
no romper da madrugada
vendem a coisa pública
porque gostam da privada

Federika Bezerra



 

o instante em tua coisa já

esta noite
vou roubar tua boca
e falar por entre
teus dentes e língua
me apossar do teu silêncio
da tua alma
do teu corpo
antes do amanhecer
já te terei em mim
em cada músculo
ainda vivo
em cada poro
entre teus pelos
minha língua
os meus dentes
minhas unhas
nada ficará em teu corpo
que não seja eu
em cada coisa que o instante é
eu quero estar em tua coisa já

Federika Lispetor

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 atentado poético


mesmo se eu estivesse nua você nunca saberia quem eu sou muitas vezes ando trans/vestida com a espada de Ogum Beira Mar tenho o sal entranhado em minhas coxas e o veneno na língua como um poema/pomba que não é da paz um artefato anti/bélico que pode explodir neste instante enquanto V(l)ER.

Federika Lispector


na pele do poema

o cavalo selvagem
cavalga a pele do poema
enquanto transa na pastagem
um novo trote

a deusa do rock
berra em outro canto

enquanto na voragem da vertigem
assento a Pedra de Xangô
em Vitória do Espírito Santo

Federika  Bezerra



Com Os Dentes Cravados Na Memória

Mesmo com uma grande dor, provocada por um bico de papagaio que a décadas insiste em cantar na minha coluna, roubando-me as vezes a paciência, passei uma tarde de ontem super divertida no Auditório Miguel Ramalho em cia da equipe de Coordenação de Projetos de Audiovisual e Design Para Educação - Centro de Referência do IFF Campos Campus Centro.

Motivo do Encontro: um depoimento sobre os mais de 50 anos que Vivi no IFF desde os tempos de aluno no Ginásio Industrial na então ETC (Escola Técnica de Campos), de 1961 a 1964. Passando pelo período de 1968 a 1986 quando já servidor da ETFC(Escola Técnica Federal de Campos), trabalhei como Linotipista na Oficina de Artes Gráficas (Tipografia).

De 1975 a 1985 mesmo subvertendo a ordem natural vigente que direcionava a instituição, criei totalmente à revelia da direção na época, uma Oficina de Teatro, que se manteve subversiva até 1986 (pois era assim que os professores reacionários da época se referiam a atividade.

Nunca fui poeta de bons modos, bons costumes, e como os alunos da Oficina de Teatro, eram também alunos da ETFC, nos "anos de chumbo" onde o Diretor da instituição era escolhido pelo MEC, depois de algum curso na Escola Superior de Guerra, era normal que a minha atividade com Teatro dentro da Escola fosse tratada como Subversão.

Em 1986, acontece as primeiras "Eleições Diretas", nas Escolas Técnicas Federais e nas Universidades Federais, pós Ditadura. Na ETFC se elege Diretor o Professor de Matemática Luciano D´Angelo. Como desde 1980 o trabalho com a Oficina de Teatro havia ultrapassado os muros da cidade e ganhado as ruas de Campos, com o Auto do Boi-Pintadinho, Luciano então, me transfere da Tipografia para o Grupo de Atividades Culturais.

Em 1997 a ETFC já havia se transformado em CEFET, e com a nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases), criada por Darcy Ribeiro, a Oficina de Teatro, como outras Oficinas de Arte que já existiam então passam a fazer parte da grade curricular para os alunos do Curso Técnico (nível médio). No período de 1997 a 2002 passo então a Coordenador da Oficina de Artes Cênicas, até a minha aposentadoria.

De 2011 a 2012 convidado pelo então Diretor do IFF Campos Campus Centro, Jefferson Manhães, volto a instituição para Dirigir Oficinas de Criação e Produção Cine Vídeo e crio o I Festival de Cinema Curta-IFF, realizado em 2012 no Auditório Cristina Bastos.

As 3 horas de bate papo e gravações foram poucas para narrar os períodos e os fatos em seus mínimos detalhes. Esperava que um dia, acompanhando e vivendo as transformações do IFF como acompanho, que esse depoimento viesse a acontecer, e esses 50 anos vividos ali dentro pretendo transformar no livro Com Os Dentes Cravados Na Memória, onde não só o que vivi dentro do IFF será contado, mas também muito da minha travessuras culturais por este país a fora.

Equipe da Coordenação de Projetos de Audiovisual e Design para Educação que trabalharam nas gravações: Larissa Vianna, Rodrigo Otal, Carlos Henrique Morelato e Lionel Mota.

 

Artur Gomes

Com Os Dentes Cravados na Memória

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A vida também é feita de memória, hoje via zap refiz o contato com uma querida amiga Carmem Lage, companheira do querido poeta amigo, irmão parceiro e responsável  pela realização da Mostra Visual De Poesia Brasileira, que fizemos em Teresina, em 1994, homenageando Torquato Neto e Mário Faustino.

“Olá Artur, também ficamos felizes por esse reencontro, lembro muito de você recitando maravilhosamente bem e forte na galeria do teatro quatro de setembro ainda em 1994 em Teresina. Abraços” – Carmen Lage

 

tão distante teresina
me lembro da cajuína
saudade da faustina

que conheci no carnaval
da mostra visual de poesia
brasileira

tinha carlos careqa
jormmad muniz de brito
rubervam du nascimento

o verbo então carnal
argamassa no cimento

mas a carne tão macia
viva crua quase nua
acenderam a luz no apartamento

Artur Fulinaíma

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uma cidade sem memória não é uma cidade

                           Federico Baudelaire

Campos precisa acordar para voltar a ser 

                                 Rúbia Querubim

tocar-te por dentro lentamente calmamente como quem morde a maçã na boca da serpente e uiva mastigando a carne como sobremesa

                                      Artur Kabrunco

o gosto da tua carne não conheço não me deste o endereço

                                   Federika Bezerra

transverso anjo avessso atravesso as artérias da cidade águas do paraíba emporcalhadas de esgotos

                                        Irina Serafina

como poesia devoro para matar a fome quando oro o prazer tem outro nome

                                          Artur Gomes 

absinto impossível te sentir mais do que já sinto

                              Pastor de Andrade

cidade veraCidade nossas angústias penduradas nos varais

                               Federika Lispector

 

viva a lira do delírio antropofágica paulistana metendo a língua desbragada nos bordéis de copacabana

                                            Lady Gumes

o delírio é a lira do poeta se o poeta não delira sua lira não concreta                                                

                                  Artur Fulinaíma

 

desde os tempos de moleque para descascar carne de manga faca facão canivete arma branca de pivete nos quintais da cacomanga

                            EuGênio Mallarmè  

não tenho papas na língua  nem pastor me come as coxas eu sou do mar da tempestade beira mar é quem   lambe  as minhas ostras

                                      Gigi Mocidade 

*

In Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim

Livro inédito de Artur Gomes – lançamento previsto para 2025

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Artur Gomes -  Poesia Afro Tupiniquim

Dia 4  novembro 9:30h

performance com poesia dos  livros Suor & Cio 1985 e O Homem Com A Flor Na Boca 2023 –

Ciep 147 – José do Patrocínio – Campos dos Goytacazes-RJ

 Artur Gomes é poeta ator produtor cultural - atua na Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima como Coordenador de Cultura e recentemente foi eleito para a Academia Campista de Letras para ocupar a cadeira 12 antes ocupada pelo professor Hélio de Freitas Coêlho

 

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            fulinaimagens

 

itabapoana

são francisco não me engana

na alquimia sagrada da pessoa

sou pedra profana que voa 

 eu sou

a tempestade

curta e grossa

a dinamite

na tapera

cacomanga

na palhoça

o número ímpar

na página 3 da taboada

que estudei na minha infância

a trovoada

a ventania

caldeirão tufão furacão

    revolução

na travessia

      sou o cão

fã incondicional

da poesia

de Ademir Assunção

 

Artur Gomes

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Poeta Artur Gomes é eleito para cadeira 12 da Academia Campista de Letras

O último ocupante dessa cadeira foi o professor e ex-presidente da ACL Hélio de Freitas Coelho

*

 Os membros da Academia Campista de Letras (ACL) elegeram Artur Gomes, poeta, ator e produtor cultural, para ocupar a cadeira n. 12 da instituição, na noite de quinta-feira (3).

O último ocupante dessa cadeira foi o professor e ex-presidente da ACL Hélio de Freitas Coelho, tendo como patrono Heitor de Araújo Silva.

Candidataram-se como postulantes à vaga os escritores Diego Nunes Abreu, Ivan Vilela Júnior, Pedro Henrique Rodrigues Ribeiro, Thais de Souza Silva, Wedson Felipe Cabral Pacheco e Wesley Barbosa Machado.

As candidaturas, previamente analisadas pela comissão eleitoral (formada pelo presidente Ronaldo Junior, pelo segundo vice-presidente Carlos Augusto Alencar e pela Secretária Titular Sylvia Paes), foram deferidas e assim votadas: Artur Gomes obteve 15 votos, enquanto Pedro Henrique Ribeiro obteve 1 voto. Os demais não receberam votos.

A cerimônia de posse está marcada para ocorrer no sábado, dia 19 de outubro, às 16h, na sede da ACL, localizada no Jardim São Benedito.

 

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Artur Gomes – Fulinaimagens

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 Em 16 de dezembro de 2016 a convite do querido e saudoso amigo Hélio de Freitas Coêlho – então presidente da ACL  - Academia Campista de Letras, estreei  a performance poética  com os dentes cravados na memória  com a qual circulei pelo Brasil durante todo anos de 2017

 

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irina tem o sexo na pétala de flor sobre os cabelos desejo a pele os poros os pelos entre o vão das coxas lamber chupar morder mastigar mergulhar no mar do teu sossego entro  até que o líquido salgado escorra pela língua e desça pela garganta a dentro

 

Federico Baudelaire

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O Homem Com A Flor Na Boca

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Adorei saber que Artur Gomes vai ocupar a cadeira n. 12 da Academia Campista de Letras. Que escolha acertada! Artur tem dedicado sua vida à poesia através de livros, vídeos, performances, saraus etc. É, sem sombra de dúvidas, um nome honroso para tão conceituada instituição cultural. Parabéns, admirado poeta e querido amigo Artur Gomes!


Joilson Bessa da Silva

 

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como bem disse Carlos Augusto e tantos outros também já disseram, minha trajetória é provocativa, sim, e continuará sendo não tenho motivos nem razões para que não seja

 

poesia me vem dos dentes

das unhas da língua da carne

dos nervos das fímbrias

dos músculos matéria métrica

metáfora dos ossos

em tudo por onde tocar

                     ainda posso

existem almas mansas

leves limpas calmas

e também as espíritos de porca

com a minha

e a de Federico Garcia Lorca

 

Artur Gomes

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Artur Gomes -  Fulinaimagens

A Vida É Feita De Cheiros e Sabores

 

A Casa do Tempero

tem um poder de alquimia

pensando alimentação

ciência               filosofia

é só chegar que os cheiros

me tomam  os 5  sentidos

e as vozes que ali ouço

me fazem bem aos ouvidos

me trazem prazer e poesia

 

ali sou freguês assíduo

de todas as ervas de cheiro

de todos os temperos

dos farelos de aveia e de trigo

da castanha de caju

 biscoito de amendoim

acho que essa casa foi criada para mim

 

Desde 1987

componho a minha alimentação

com ingredientes orgânicos/naturais

alguns deles a base de soja

até mesmo o vinho e acerveja

hoje só bebo sem álcool

sem descartar o feijão vermelho

que me reflete quando estou

                      frente ao espelho

 

Alimentação saudável

é base fundamental

para saúde de qualquer um

o quê você encontra na Casa do Tempero

em são Francisco de Itabapoana

não vai encontrar em lugar nenhum

 

Artur Gomes

In Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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Casa do Tempero

Av. Vereador Edenites da Silva Viana - São Francisco de Itabapoana, RJ, 28230-000.


                    poema das invenções

fosse essa jura secreta
brazilírica fulinaimagem
mutações em pré-juizo
muito além da mesa posta
couro cru em carne viva
lambendo suor e cio
como corrente de rio
deságua no além mar
profana sagaraNAgem
nos gumes da carNAvalha
teu corpo em Maracangalha
fulinaimando comigo
agulha no meu umbigo
como uma faca nos dentes
a língua na flor da boca
em transitiva linguagem
ereto poema crescente
rasgando a carne no grito
o gozo nos nervos de dentro
roendo os ossos do mito

Artur Gomes
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  Balbúrdia Poética 4

 eu sempre madrugo Jiddu as tentações não me deixam sossegado e a madrugada me ins-pira ouço as 7 sereias do longe lá em nova granada de espanha cada aranha tece a sua teia eu teço cada palavra quando a musa me arranha como bem disse hygia ferreira as sagaranagens fulinaímicas são  heranças do mestre  guima  que recebi do sagarana em itaguara das minas

 

Artur Gomes

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Em 1984 poemas meus foram  publicados na Antologia Carne Viva, organizada por Olga Savary, considerada a primeira Antologia de poesia erótica publicada no Brasil, com a presença de poetas como Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, Affonso Romano de Sant´Anna.

 

Carne Proibida

 

o preço atual

proíbes que me comas

mas pra ti

estou de graça

pra ti

não tenho preço

sou eu quem me ofereço

a ti

músculo & osso

leva-me à boca

e completa o teu almoço

 

Artur Gomes

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quando nasci meu pai me deu caju minha mãe severina cuscuz com carne seca no leite da manhã vã filosofiia lembra daquele dia dezembro mil novecentos e noventa e quatro? j medeiros deu um show trepado no túmulo do torquato saímos  do cemitério pro mercado para lamber a cajuína era uma tarde de sol em teresina –

 

EuGênio Mallarmè

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tenho prestado atenção em algumas coisas além da fumaça e do cinza espalhado por sob esse céu de estanho para não dizer de zinco entre um incêndio e outro o pantanal a Amazônia vão se esvaindo em chamas e a vida cada vez mais precária entre os animais humanos onde a ignorância a violência é o saber de muitos e a consciência crítica é o saber de poucos

 

Artur Gomes

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Artur Gomes – FULINAIMAGENS


ainda não disse que te amo mas não se assuste o beijo está guardado debaixo dos tecidos que cobrem o esqueleto à flor da pele na carne onde a palavra mora e a lavra aplaca qualquer ferida deixada por alguém que já foi embora

muitas coisas muitas vezes tão distantes me parecem tão presentes que o ausente evapora como éter eternamente simplesmente o rio escorrega por entre pedras e seixos e a vida segue o curso da corrente numa boa a pedra que rola sob o leito d´água muitas vezes voa

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O Homem Com A Flor Na Boca

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remix fulinaímico

                       suor & cio revisitado


a quem interessa o poema

na sala escura do cinema

o verso atravessado na garganta

nesse país que não levanta?

 

entre/aberto

em teus ofícios

é que meu peito de poeta

sangra ao corte das navalhas

minha veia mais aberta

é mais um rio que se espalha

 

na noite uma estrela

ainda brigava contra a escuridão

na rua sob patas

tombavam homens indefesos

e meus versos descarados

em teus lábios – presos

 

gigi em ouro preto

me deu um beijo na boca

quando ouviu

alguém cantando milton

ali em frente no porão

um país incendiado

e o poeta segue sempre

o seu destino em marginalha

o seu caminho em contra-mão

 

Artur Gomes

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Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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mitologia itabapoânica

 

itabapoana a pedra submersa nas águas de são francisco hoje  voa sobrevoa a lama da planície goytacá se desviando os fungos criados por fezes e urina de ratos e morcegos  que habitaram  páginas de livros antigos fora e dentro dos arquivos federika bezerra me conta que no período em que se hospedou no hotel amazonas recebeu informações de fontes misteriosas sobre o paradeiro dos tais ratos, morcegos e outros roedores  que surgira  dos esgotos da velha aldeia tupinambara quando seus integrantes passaram pela intrépida cidade

 

Gigi Mocidade

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Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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tudo aquilo que não digo

 

eu diria

tudo aquilo que não digo

não foi ainda pensado

triturado mastigado consumido

digo

:

preste mais atenção

em tudo aquilo que não digo

me dizia paulo leminski

olhando poema de kandinski

tatuado em meu umbigo

 

EuGênio Mallarmè

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tratado primeiro 

das letras quero tudo da palavra arranco gesto jiddu não me ensinou a mímica das metáforas ficou tudo suspenso cavalo solto no espaço pra quem quiser galopar

* 

laranja cósmica

em são francisco de itabapoana não tem laranja cravo poukan ou mexerica como meus intestinos não vivem  mais sem bagaço de laranja estou importando laranja do cosmo com minha astronômica luneta descobri fartura de laranjas em marte vênus plutão e o irônico é que em são francisco do itabapoana só tem laranjas nos telhados não tem laranjas no chão

 

Federico Baudelaire

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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*

couro cru & carne viva

adriano moura no prefácio de o homem com a flor na boca foca na obra do  “bardo da cacomanga”  sua poética política e memória. volto um pouco lá atrás ao ano de 1987, para dizer que na obra desse “trovador contemporâneo” sua liberdade criativa provoca, afronta regras, desconstrói linguagens. bota a carnavalha na cara da “louca  das minas”, que em seu surto delirante invade o palco da teatro francisco nunes em belo horizonte e grita que: “liberdade não é libertinagem”. sereno e imperativo o serAfim com a “flor na boca” contua a desfolhar sua bandeira no outro lado do palco na tela:

“no centro do universo te mando um beijo ó amada enquanto arranco uma espada  do meu peito varonil espanto todas estrelas dos beijos  do eternamente pra que acorde toda esta gente deste vasto céu de anil pois enquanto dorme o gigante esplêndido sono profundo não vê que do outro mundo robôs que enrabam ó mãe gentil!

 

Engels  La Puente – do black ryver jardiNÓpolis Batatais

8 setembro – 2024

* 

 

geleia geral

poema para ser cantado/falado nos saraus dos bares por esse brazyl que a tantas eras explode pelos ares

 

“é preciso estar atento e forte

não temos tempo de temer a morte”

                          Caetano Veloso

 

Gilberto Gil cantou

:

começou a circular

o expresso 2 2 2

que parte direto de bonsucesso

pra depois

 

o tempo rei

aponta a flecha

estica a lança

o velho deus mu dança

 

subo nesse palco

minha alma cheira talco

como bumbum de bebê

 

o deus justiça

rola o lance

nos dados sempre seis

 

poesia não cai do céu

é blues rasgado da carne

para o branco do papel

 

com um grito de alerta

:

sou o punk da periferia

sou da freguesia do ó

       ó aqui pra vocês!

 

Artur Gomes

Itabapoana Pedra Pássaro Poema
 

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

    Mar de Letras Rio De Palavras 

                   quando tiro os panos

fico nu

o poema muda de cor

      tem outros planos

muda a flor

dos meus enganos

pássaro no ar

               feito  urubu 



mitologia fulinaimânica

 

explicitamente picasso nunca nos disse guernica o que signi-fica o  corpo do fonema aliterações alisam a orelha de van gog fartura farta fogo farra festa federico baudelaire tocando fado pras fadinhas de vênus falarem com a  fênix do farol de alexandria enquanto freud nem fode nem explica o que aconteceu na sexta feira no luau das laranjeiras depois que federika furtou a farinha do desejo de toda família do império das bananas no largo do machado infeliz  das oliveiras

 

Irina Serafina

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mitologia fulinaimânica 2

 

cubismo é um objeto estranho

encontrado por uma sereia

nos lençóis do maranhão

em noite d e lua cheia

teria vindo do mar

ou foi criado ali mesmo

naquele chão de areia

 

onde nenhum rabo de arraia

resistiu a ventania

não pense filme de terror

porque já tem gente por aí

dizendo que este samba é pra você

ó meu amor!

e que eu só escrevo putaria

 

Pastor de Andrade

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mitologia sagarânica

 

salvador alisa os bigodes de dali macabea ensandecida morre ali mesmo em sucupira no presídio federal de brazilírica porcina mete a língua na faca de lorca as unhas sujas de irina corta morangos mofados na fruteira  odorico ordena zeca diabo a organizar o enterro das camélias diadorim sopra o cano da garrucha  pendurada em seu olho esquerdo sagarânica em polvorosa comemora mais uma noite de são joão

 

EuGênio Mallarmè

In Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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mitologia sagarínica

 

macabea a rainha das artes cínicas insatisfeita  com o rumo dos canaviais  aliciara  presidiários a saltarem os muros do presídio federal de brazilírica  federico o carcereiro desconfiou da facada que levaria pelas costas mas o matuto astuto como era invocou nossa senhora das cabeças tortas e rezou uma ladainha com os caramurus dos serAfins convocando eros e vênus para o banquete pornolírico com as descendentes de olivácio e gigi remexendo seus colírios que trouxera atrás dos braços  deposita sua iansã  por sobre a mesa e despacha  macabea pro espaço

 

Federika Bezerra 


mitologia brazilianas

breton mastigava poemas de baudelaire no jantar da quinta da boa vista dois anos depois da independência d pedro não conseguiu engolir abapuru no quartel da realeza  leopoldina perambulava distraída e  preocupada com as cartas de bonifácio recebeu notícias que em pernambuco havia chegado um ser estranho pintado em cores assombrosas perturbava a calmaria daquele estado de incertezas para os caminhos da imperatriz uma sombra pairava sobre as  chaves do seu guarda-roupa sem saber ao menos com que roupa iria desfilar no dia de são cristóvão na confeitaria colombo a sua afrodite de vênus 

 

Federika Lispector 


mitologia serafínica

 

irina estava vestida de beatriz primeira posava para mais um clássico do surrealismo de magrite no quarto preparava a cama para a chegada de wermer a alta temperatura do verão de sorocaba alterou a  visão pictórica do pintor da menina dos brincos de pérola que no jardim enfiava o pincel por entre a espessa barba esperando a primavera lady gumes apressada como sempre se aproveitou da cama e vive uma calorosa noite de amor sem mesmo querer saber quem era a serafina debaixo dos lençóis maranhenses

 

Pastor de Andrade

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meu santo daime um querubim e leve federico baudelaire de volta pra iriri meus cardápios são familiares a tempos estou em greve de sexo o e endomoniado e satânico não me dá sossego nem com poema de fernando pessoa já apelei até para a bahia de todos os santos jorge amado ogum oxumaré fiz despacho pra iansã na boa viagem flores pra yemanjá e o bendito não sossega apelar pra rúbia de nada vale ela também não quer mais o rejeitado lá mergulhando em suas águas

 

Federika Lispector

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federika nem adianta apelar pra mim mesma que não quero federico aqui já dei um basta chega de tentação minha encarnação é outra estou incorporada numa nova transa de sal e mar yemanjá me leva para outros portos/corpos definitivamente o meu amor é lance de dados que só permito a um poeta tocar nas cartas de tarô no jogos de búzios está tudo lá escrito e sacramentado cuide dos seus despachos aí com bastante atenção nessa boa viagem do recife encontre a sua pedra de toque  pra ver se ele sossega pois senão minha mãe ele vai te atentar pelo resto sua vida daqui a eternidade

 

Rúbia Querubim

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Live em homenagem a Antônio Cícero

No próximo dia 23 às 16:hs à convite da minha amiga  Renata Barcellos BarcellArtes  estaremos nessa live em homenagem a memória de  Antônio ...